segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Agosto

Agosto. Com mil cores para nos dar, Agosto com o céu cor-de-rosa num fim de tarde à beira-mar onde se toca na areia à nossa volta sentido a sua textura passar entre os dedos, respiro fundo e sinto a brisa da maresia entrar nos meus pulmões e limpá-los em toda a sua profundidade. Uma gaivota mergulha na água e apanha um peixe para o seu jantar. Tu corres e saltas por entre as ondas e convidas-me para dar um mergulho. Não vou, o frio da tarde arrepia-me, mas o calor deste sitio aquece-me por dentro.

Agosto. Apanho o metro de manhã cedo, entro na carruagem onde se encontram meia dúzia de pessoas que vão como eu para o trabalho. Saio da carruagem, subo as escadas em cima das minhas sandálias brancas. Mais tarde por entre a calçada caminho descendo a rua que me leva até ao emprego, ao fundo o rio, que olho e penso que a sua beleza hoje não me compensa o facto de não estar a mergulhar (agora sim) contigo nas águas do mar. Passo por entre cheiros tão diferentes quanto poluídos que se intensificam com o calor que se faz sentir na cidade. Tenho mesmo de suster a respiração por momentos e imaginar que me encontro noutro local onde a natureza impera.

Agosto. Preparo a mala, ponho mais uma camisola porque à noite vai estar frio, junto as sandálias, levo um livro que me vai acompanhar nas tardes de praia enquanto mergulho nas ondas e nado por entre aquelas águas onde no outro dia tu me chamavas para mergulhar contigo. Agora já não estás.

Até ao próximo .... Agosto!