sábado, 23 de janeiro de 2010

Há dias assim...





Ao ler o blog de alguém completamente desconhecido que se encontra a milhares de Km daqui, senti que há coisas que são semelhantes em várias partes do mundo sempre e em todo o lado.

São já 18h de um sábado de Janeiro  e eu estou desde as 9.30h a tentar concentrar-me no trabalho que tenho para fazer. Algo que gosto muito, mas hoje - sábado- me parece chato e enfadonho.

Tenho o computador à minha frente desde manhã e já falei no msn com uma amiga que não vejo há algum tempo, já andei a passear nos facebooks de outros e já fiz um ou dois daqueles testes que adivinham tudo menos a nossa verdadeira personalidade (que por vezes até nós próprios demoramos tanto a descobrir e há quem nunca o faça realmente).

Já andei a pesquisar textos sobre a teoria da criatividade como quem vai a uma livraria em modo de passeio e já visitei blogs alheios (e bastante interessantes por sinal).

De repente dou por mim e o relógio marca 18h e qlq coisa, é noite lá fora, já vejo as luzes da planicie ribatejana a iluminarem os campos, ao fundo uma aldeia pouco povoada por gente que por vezes ainda acha que aqui é o centro do mundo, e eu continuo em frente ao pc, agora  a escrever neste blog.

Hoje recusei um passeio de bicicleta; uma volta de moto4 e uma ida ao freeport porque tinha de trabalhar. Talvez se tivesse ido me tivesse sentido culpada, mas talvez também me sentisse bem melhor do que agora. Escolheria o passeio de bicicleta por entre a natureza, talvez ainda sobrasse tempo para a voltinha de mota, mas a bicicleta renovar-me-ia as forças.

No entanto nada fiz, e continuo sem vontade alguma.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Para lá da janela




Para lá da janela está o sol, está o horizonte longínquo que posso ver daqui.
Para lá da janela ficam os sonhos que deitei fora, ficam os objectivos inalcançáveis que apensas consigo visualizar... ao longe!
E aqui dentro da janela eu olho, observo, quase que toco, mas não sinto. E assim, fico deste lado a pensar como seria se partisse rumo a esse horizonte longínquo, do outro lado da janela.
Paro, penso, pergunto-me como seria, e vejo-me já a viver esses sonhos que não tenho coragem de seguir.
Encosto-me calmamente, tentando pensar naquilo que tenho de fazer de concreto, de objectivo, de necessário, tentando abstrair-me dessa utupia. Adormeço e sonho...
Acordo de um sono longínquo, sem barreiras nem medos, sem janelas grossas que me impedem de concretizar os meus sonhos. Abro os olhos e deparo-me novamente com aquela janela.

E é então que num impulso me levanto e me dirijo até à porta!!!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ano novo... o quê de novo?

Foi algo que sempre me intrigou, esta louca febre do ano novo. A chegada de um novo ano, promete mudanças nas nossas vidas, novas paixões, novos projectos que se vão realizar, novas surpresas e claro, o velho cliché: muita saúde felicidade e paz no mundo.

O que é o ano novo? Não é mais do que uma viragem no calendário, não é mais do que a passagem de um dia para o outro, não é mais do que uma passagem de um minuto para o outro.

Porque não festejamos a passagem da primavera para o verão, a passagem do inverno para a primavera, porque não festejamos o dia mais comprido do ano em que anoitece às 22h? Não!! A essas datas ninguém liga, mas toda a gente se tem de divertir à brava na noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro em que olhando bem para as coisas, o tempo mantém-se o mesmo, a vida mantém-se igual e nós vestimos mais um casaco pois está frio lá fora e queremos ir para a rua bater panelas, ver o fogo de artifício ou brindar... brindar a quê?


De um ponto de vista psicológico podemos compreender o ano novo como uma possibilidade de renovação do eu, um espaço para reflexão daquilo que se fez no ano anterior e que se planeia fazer num futuro próximo, atendendendo áquilo que poderemos melhorar. Não deixa de trazer bastante simbolismo e por isso ter tanto impacto na sociedade. É que cada sujeito vê no novo ano uma possibilidade de também ele se renovar, melhorar ou mesmo uma possibilidade de ter um espaço onde possa depositar os seus sonhos.


É interessante notar que se enchem praças nas capitais mundiais, onde por mais frio que esteja se está para festejar esta renovação dos sonhos.

Até há quem tome banho no mar, algo que nunca faria em pleno Janeiro, algo que provavelmente muitos dos que vão à água nunca se questionaram do simbolismo do porquê de o fazerem. É simples, é como um baptismo de renovação, um baptismo que depura aquilo que se têm de nefasto deixando o sujeito pronto para tudo o que vêm ai de novo.


Na vida necessitamos desta constante vontade de sonhar, desta constante renovação dos desejos, desta vontade de que um amanhã seja melhor que hoje, só assim podemos ter força para seguir em frente. Só sonhando podemos acreditar no futuro e enfrentá-lo com sorrisos e champanhe.

Daí talvez a necessidade de haver uma data marcada para que todos possam pensar nos seus sonhos para o futuro!