quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Step by step


Com pegadas traçamos o nosso caminho, recolhemos coisas, vemos imagens vamos aprendendo. Com pegadas vamos deixando rasto e marcas por onde passamos.
Mas, também podemos pensar quais os próximos passos a dar, desenhar os nossos pés em papeis coloridos e pensar por que caminhos vamos seguir no futuro, e assim traçar o nosso trilho, olhando para ele antes de o pisarmos, imaginando como será.
É um bom exercício para pensar em projectos futuros.
E é engraçado notar como os caminhos de pessoas tão diferentes por vezes se cruzam em locais tão inesperados, ou mesmo notar que por vezes as pegadas surgem em multidões, mas que cada uma tem uma determinada direcção e que cada uma encontrar á o seu caminho, ainda que, o seu percurso possa ser somente até ali ao lado.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Crise de 1/4 de Idade

Há quem diga que se costuma ter a crise da meia idade, pois deixem-me que postule que também há quem tenha a crise de 1/4 de idade!


Se a conduzir sou desorientada e me perco por ruas e ruelas ainda que tenha passado nos sitios antes, na vida tenho sabido sempre o que quero e qual o melhor caminho a seguir, mas ultimamente os meus caminhos estão cheios de estradas com placas assim:




Olho, descodifico, penso, sonho e tento tomar as decisões mais correctas.

Paro, arranco, buzino, escolho caminhos, escolho atalhos, recuo, avanço por caminhos mais longos, por outros esburacados, por auto-estradas. Às tantas vejo-me outra vez sem gasolina ou com um furo no pneu..

Ou mesmo a ter de consultar a bússola de novo!!

Como agora!!!

domingo, 7 de setembro de 2008

Foca

Algures na Europa encontrei esta placa, que me mostrava o inicio de 10 dias de aprendizagem, aventura, reflexão e acima de tudo cultivo de mim e de quem eu sou.
Fiquei numa casa que não tinha água das 9h às 12h e das 16h às 20h, não havia camas suficientes para todos, alguns dormiam em colchões no chão.
A comida era do mais original - frango, almondegas, arroz, massa e douradinhos. Todos os dias já sabiamos que poderiamos contar com uma destas especialidades que a nossa cozinheira fazia para nós. Por vezes não havia comida suficiente para todos, pelo que alguns tinham de recorrer ao restaurante mais próximo para matar a fome.
As condições de higine também deixavam a desejar, quando havia água, tinhamos de lavar a loiça com àgua fria e tomar banho com um fio de água.
Todos os dias tinhamos aulas, e todos os dias aprendiamos mesmo fora delas. Houve algumas desistências nos primeiros dias, visto que havia pessoas que não souberam mesmo lidar com esta situação. Ficaram os resistentes, aprendemos a viver assim e a dar mais valor aquilo que temos.
Mas a grande aventura foi andar naquelas estradas em que uma curva vem atrás da outra e da outra e onde passam todos os tipos de veiculos,e o mais engraçado (ou não) é que se ultrapassam todos uns aos outros no meio daquelas curvas e por isso mesmo andam muito devagar pois a qualquer momento poderá vir um carro em sentido contrário. Não há auto-estradas neste pais e por isso têm de se adaptar ao que têm.
Também foi interessante conhecer pessoas que viveram lá e em paises que estiveram em guerra com a Bosnia. Conheci Servos, Macedónios, Bosnios, Croatas etc. Pessoas que viveram a guerra, que fugiram , que se refugiaram , que emigraram, que viram morrer pessoas das suas familias, que viram bombardear a casa dos vizinhos da frente e agradeceram por não ter sido a sua.
As paredes, mostram marcas de algo que se passou há 15 anos, marcas que por vezes ainda se encontram estampadas no rosto dos que habitam dentro dessas casas, marcas que se notam na sua forma de pensar e de viver determinadas situações.
Como poderiamos nós rejeitar totalmente as condições em que viviamos? Adaptei-me e aprendi a gostar de viver em Foca naqueles dias, sabendo que não iria ficar ali para sempre, pensando que realmente aquilo eram pormenores e que olhando em meu redor, dava todo o valor ao facto de em Portugal ter uma cama quente à minha espera, comida saudável e toda a água que eu quisesse.
Conheci diferentes culturas, pessoas especiais com vivências diferentes e percebi que nós os Tugas eramos os mais priveligiados dali, nós não vivemos guerra, nós não tivemos genocidio (como partilhou conosco uma menina do Burundi); nós não fomos bombardeados; nós vivemos num cantinho do céu como diz a minha avó e eu sublinho.

Cresci nestes 10 dias, pensei sobre muitas coisas, aprendi muitas outras, conheci pessoas interessantes e bebi a água de uma fonte em Sarajevo - que segundo a diz tradição - um dia vou lá voltar!