sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Palavras


Há dias assim... em que me apetece escrever no blog, mas não sei sobre o quê. Outros há ainda em que tenho ideias sobre assuntos e temas, mas não me apetece partilhá-los por não saber quem me lê. Não me levem a mal, os que me lêem, mas acho que esta sensação é algo que já vem de há uns anos... daquele timming onde coloquei um pé no "sucesso" e rapidamente saltei dele, não sabendo como lidar com tantos olhos que me leram na altura. Uma pequena amostra para os grandes escritores, mas uma grande amostra para a menina que escrevia no seu dossier forrado com um laçarote quando tinha 12 anos e compilava os seus textos para mais tarde recordar. Dois (pequenos) sucessos foram o suficiente para pôr de lado o seu sonho e tentar ser o mais normal possível... não sair dos padrões, não se evidenciar... distracções não lhe faltavam para se entreter. Cursos, estudos, o currículo a crescer, os conhecimentos também... Não havia tempo para escrever.. não havia vontade... não havia.... (coragem?)


Hoje, cabeça mais liberta, algumas obrigações encerradas, a menina do caderno forrado com um laço conseguiu o que queria... um curso, um (não/semi) emprego, uma vida normal, com as dificuldades de alguém que escolheu um curso que não tem grandes saídas e/ou futuro... Aquela... que sonhava ser.... uma grande escritora!

Essa... limita-se a escrever envergonhadamente no seu blog. Nela, por vezes surgem ideias sobre temas... ideias sobre histórias, constatações sobre a vida diária que nem sempre passam para aqui...

Essa ficou algures à beira-mar onde festejou o lançamento do seu ultimo "sucesso" que ainda hoje lhe custa falar... Talvez aguarde novas marés, novas ondas de vida que lhe tragam à alma a motivação de aceitar novamente o sopro quente que a enchia quando começava a escrever a primeira linha de um texto...


2 comentários:

LM disse...

Amiga,

Escreve sobre o medo de escrever, de ser lida, de alguém poder gostar do que escreves, ser tocado pelo que escreves. Escreve sobre se escreverias hoje e o que escreverias se soubesses que amanhã irias morrer. Escreve.

Um beijinho,

Lurdes.

Ofélia Queirós disse...

Da vida livre a tua alma. Escreve para ti...quem sabe um dia, muito tempo depois sobre a tua passagem, alguem descobre um bau cheio de dossiers com laços azuis.
Beijos